Eme mundele ki ngi pula kana - em kimbundo, Eu sou branco mas não sou pula.
Costumo sair a andar sozinho pela cidade de Luanda, uso o transporte coletivo, vou a lugares que algumas pessoas dizem ser perigosos. Esquecem que eu vivi muitos anos em São Paulo onde sempre fiz o mesmo.
Nunca tive problemas, sempre fui muito bem tratado, me diverti e socializei com o povo. Tudo depende do respeito que você tem com o outro.
Aqui não é diferente. Eu considero os angolanos, e sei que eles a mim, "kamba dia muxima" - amigos do peito.
Embora os estrangeiros aqui insistam a dizer que consideram-me mais um branco, estrangeiro a explorar o pais e a tirar-lhes o emprego, eu percebo justamente o contrário, eu estou aqui para deixar o que há de melhor em mim, deixar meu conhecimento e experiência profissional e de vida, e incorporar em meu caráter o que há de melhor no angolano, seu amor a vida e à família e a alegria de viver a despeito das dificuldades inerentes a existência humana. Há sabedoria.
Ngasakdila kamba mwangole!