Fenômenos estranhos vem acontecendo desde que retornei a Luanda.
Primeiramente encontrei a casa sem energia elétrica, com os ar-condicionados queimados e várias lâmpadas queimadas.
No trabalho as tomadas elétricas estavam em curto. Sem ter conhecimento disto, liguei meu laptop numa das tomadas e veio um estrondo. Por pouco não queimei a minha a fonte de energia. Vários computadores queimaram.
Voltei para casa mais cêdo enquanto os eletricistas resolviam o problema e encontrei todas as portas e janelas pulverizadas com um pô branco, como se fosse talco molhado.
Regressei ao trabalho no final da tarde para conferir o serviço dos eletricistas e instalar os novos Hds que trouxe para instalar nos computadores. Um dos HDs estava queimado ou queimo-se ao instalar, não sei. Perdi um HD.
Quando fui ligar o no-break a tomada, já depois dos eletricistas dizerem que tinham resolvido o problema, tomei um choque que me fez estremecer.
A noite, após o jantar de aniversário de meu colega de trabalho, nosso carro não deu arranque. Problema na bateria.
Pedi ajuda a uma caminhoneta que passava. Lucas, o motorista, foi muito solícito a nos ajudar. Tentou de fazer o carro pegar limpando os polos da bateria. Não funcionou. Ele, então, convidou-me para acompanhá-lo até a sua casa para apanharmos ferramentas. Me surpreendi com a imensidão da casa e com a quantidade de carros na garagem, todos da família, ele me contou.
Voltamos para onde estava o meu carro quebrado e Lucas, incansável, tentou de todos os artifícios até que decidiu substituir as baterias. O carro funcionou.
Ao chegar em casa, nova surpresa. Mesmo tendo girado as duas voltas da chave a porta não se abriu porque o trinco estava fechado por dentro. Mais ainda, havia uma cadeira, pelo lado de dentro, a segurar a porta. Tentamos de todas a maneiras abrir a porta e o único jeito foi quebrar o vidro para abrir o trinco com as mãos e empurrar a cadeira.
Nossa empregada doméstica não teria conseguido colocar a cadeira ali, tão perto da porta e, ainda, fechar o trinco interno.
Como aquela cadeira foi parar ali?
Não encontramos explicação.
Todos aguardamos ansiosos o dia amanhecer para perguntar a Maria como aquela cadeira foi parar ali.
DIA SEGUINTE
Esperamos Maria até as 11 horas. Ela sempre chega antes das 8.
Saimos para o trabalho.
A novidade foi que quando voltamos a casa estava arrumada e todas as luzes acesas.
Amanhã, nova esperança de ouvir Maria.
INACREDITÁVEL
Maria Carlos apareceu! Ela disse que não colocou cadeira em lugar nenhum.
Parece brincadeira. E vai ver é mesmo.
Ontem a noite eu cheguei em casa e encontrei tudo escuro. Não havia energia elétrica. O gerador funcionou e, mesmo assim, não tinha energia elétrica em casa. Dá pra acreditar?
Sem energia elétrica não dá nem pra tomar banho, não porque eu tomo banho quente neste calor (estava a fazer 31 graus a meia noite!), mas porque sem energia elétrica a bomba d'água não funciona.
Resultado: fiquei sem luz, sem internet, sem água, sem ar-condicionado, sem banho..... afff! Não foi só o calor e o corpo suado de um dia inteiro de trabalho que me dificultou dormir, foram os pernilongos. Eu tive que deixar as janelas e a porta aberta para refrescar um pouco e os bichinhos não perderam tempo para me picar. No calor de 31 graus eu tiver que cobrir o corpo com lençol.
Hoje a tarde foi um novo eletricista resolver o problema da casa.
Daqui a pouco eu chego lá. Vamos ver qual vai ser a novidade desta vez.
ENQUANTO HÁ TEMPO
Chegamos em casa ontem a noite e encontramos tudo escuro.
Para ligar o gerador precisamos abastecê-lo. Havia um galão de 200 litros a nossa espera. Ao levantarmos o galão meu colega teve o dedo médio da mão direita esmagado. Corremos a fazer o curativo. Com um pequeno meu outro colega abasteceu o gerador e o fizemos funcionar. Segundos depois o interfone de casa pega fogo. Tudo se apagou.
Mais uma noite sem energia e, portanto, sem água e com os pernilongos a nos acompanhar no calor de mais de 30 graus. Duas noites sem banho neste calor não é brincadeira.
Hoje de manhã saimos a procura de um outro eletricista. As 16 horas ele estava em casa e acusou um dijuntor como o causador do problema. Fomos comprar um novo dijuntor: 120.000 kwanzas!!!!
Trocado o dijuntor, nosso profissional deu por terminado o seu serviço, embolsou USD 100, e foi-se.
Dez minutos depois... todas a luzes e tomadas (que aqui chamamos ficheiro) apagadas.
Voltei a ligar para o eletricista que disse que hoje não poderia retornar porque é dia-do-homem.
(Sim, aqui toda sexta-feira é Dia-do-Homem: dia do homem beber, se ver livre da esposa, sair com os amigos, enfim, fazer o que quiser, inclusive não trabalhar).
Eu mesmo resolvi ser o eletricista e troquei os dijuntores que pararam de funcionar. E aqui estou contanto esta história antes que a energia elétrica entre em pane novamente. Por isso, não se assustem se eu não escrevo diariamente, acontece que nem sempre eu disponho de recursos.
Anotem meu telefone em caso de necessidade: (244) 935-769569
Obrigado!